Retornar é humano, é "normal", é básico, clichê.
Volta
Melodia sem futuro
Ei, olhe para mim!
Estou aqui o tempo todo, lhe observando.
Você até pode fingir que não me vê, mas eu estou aqui
Viva a sua vida, divirta-se com seus amigos, e com mulheres
Não me importa, continuo aqui, e você sabe.
Trabalha, se diverte, dirige um carro legal, gasta muito dinheiro.
Mas quando enjoa de tudo por alguns momentos,
se lembra de mim. E finge como ninguém, que realmente
sente a minha falta. E as vezes eu também finjo.
Finjo não me escutar quando digo a mim mesma
que você está mentindo, e finjo não ver o mal que
você me causa...
Ei, olhe para mim!
Estou aqui o tempo todo, lhe observando.
Você até pode fingir que não me vê, mas eu estou aqui
Viva a sua vida, divirta-se com seus amigos, e com mulheres
Não me importa, continuo aqui, e você sabe.
Vive como se o mundo girasse ao seu redor,
e eu o odeio por isso, e por todas as coisas que me disse.
Talvez me odeie ainda mais por ter acreditado e por ainda
me importar, mas olhe pra mim, veja com seus próprios olhos,
eu sou feliz sem você!
Ei, olhe para mim!
O que você vê, é uma garota carente.
mas ela vive sem você, ela o detesta e o observa.
Olhe para mim!
Você até pode fingir que não me vê, mas eu estou aqui
Viva a sua vida, divirta-se com seus amigos, e com mulheres.
Não me importa, continuo aqui, e você sabe.
Mas quando eu não estiver mais, você saberá o que perdeu.
Vazio
"Alguma recompensa há de ter..."
*Hoje, um texto que eu amo e que é a minha cara...
Seus pais foram jantar fora e deixaram o apartamento só para você, seu namorado e a tevê a cabo. Que inconsequentes Em menos de um minuto vocês deixam a televisão falando sozinha e vão ensaiar umas cenas de amor no quartinho dos fundos. De repente, escutam o barulho da fechadura. Seu pai esqueceu o talão de cheques. Passos no corredor. Antes que você localize sua camiseta, sua mãe se materializa na porta. Parece que ela está brincando de estátua, mas não resta dúvida que entrou em estado de choque. Você diz o quê? Mãe, a carne é fraca. A desculpa é esfarrapada mas é legítima. Nada é mais vulnerável que nosso desejo. Na luta entre o cérebro e a pele, nunca dá empate. A pele sempre ganha de W.O. Você planeja terminar um relacionamento. Chegou à conclusão que não quer mais ter a seu lado uma pessoa distante, que não leva nada à sério, que vive contando piadinhas preconceituosas e que não parece estar muito apaixonado. Por que levar a história adiante? Melhor terminar tudo hoje mesmo. Marca um encontro. Ele chega no horário, você também. Começam a conversar. Você engata o assunto. Para sua surpresa, ele ficou triste. Não quer se separar de você. E para provar, segura seu rosto com as duas mãos e tasca-lhe um beijo. Danou-se. Onde foram parar as teorias, os diálogos que você planejou, a decisão que parecia irrevogável? Tomaram Doril. Você agora está sob os efeitos do cheiro dele, está rendida ao gosto dele, está ligada a ele pela derme e epiderme. A gravação do seu celular informa: seus neurônios estão fora da área de cobertura ou desligados.
Isso nunca aconteceu com você? Reluto entre dar-lhe os parabéns ou os pêsames. Por um lado, é ótimo ter controle absoluto de todas as suas ações e reações, ter força suficiente para resistir ao próprio desejo. Por outro lado, como é bom dar folga ao nosso raciocínio e deixar-se seduzir, sem ficar calculando perdas e danos, apenas dando-se ao luxo de viver o seu dia de Pigmalião. A carne é fraca, mas você tem que ser forte, é o que recomendam todos. Tente, ao menos de vez em quando, ser sexualmente vegetariano e não ceder às tentações. Se conseguir, bravo: terá as rédeas de seu destino na mão. Mas se não der certo, console-se. Criaturas que derretem-se, entregam-se, consomem-se e não sabem negar-se costumam trazer um sorriso enigmático nos lábios. Alguma recompensa há de ter.
Martha Medeiros
Alma Feminina
ser dona de casa, se entregar a romantismos baratos, estampas coloridas e tons róseos.
Porque sendo normal, tudo fica igual
Diferenças não há... e quem é que hoje faz questão de mudanças...
E quando a minha alma esmagada a todo tempo pelas futilidades femininas,
fugir desvairada me deixará aqui, assistindo o que todas assistem, vestindo o que todas vestem, amando como todas amam.
A estas, a igualdade não incomoda (desconfio inclusive, que a minha alma fora destinada a uma habitante de uma outra galáxia).
E escutarei rock a todo volume, gritarei como uma
possessa nas partidas de futebol, vestirei preto,
seguirei o caminho bem entender,
e apenas sentirei uma vez ou outra,
que não sei em que mundo estou...
Sujeito oculto
Pior do que um fim
Cara a cara